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Ciclista sofre queda a 300m do fim, carrega bike com a mão e conclui prova de clavícula quebrada

Karine Frota após cirurgia — Foto: Arquivo pessoal/Karine Frota

Última etapa do Piauiense de ciclismo de estrada tem cena incrível de Karine Frota. Campeã em 2020 do estadual, ela cruza linha de chegada com bicicleta destruída, sem uma das rodas, a arrastando depois de acidente na pista: “Desistir nunca é uma opção”

Bem que o sobrenome de Karine Frota poderia ter a palavra garra na certidão de nascimento. Campeã piauiense de ciclismo de estrada 2020, o título da modalidade deste ano veio na superação de uma mulher imbatível. Na última etapa do estadual, a ciclista sofreu uma queda feia a 300 metros da linha de chegada. Dois atletas acabaram escorregando na pista após se colidirem, e a bike de Karine acabou atingida na roda. Com a clavícula quebrada devido o acidente, o uniforme rasgado e cheia de ferimentos pelo corpo, ela se levantou do asfalto, esqueceu das dores e completou a prova carregando a bicicleta destruída com uma das mãos. A cena incrível, de muita força de vontade, é inspiradora.

– Quando ele bateu na minha roda traseira, eu voei, e a bicicleta saiu rodando. Tinha um meio-fio alto, quebrou o garfo (parte que segura a roda). Só lembro dele batendo na roda, e eu já correndo, foi intuitivo. Estava a 300 metros da linha de chegada. Peguei a bike e saí correndo – recordou.

A pista estava molhada no momento em que os dois atletas se enroscaram e, com isso, Karine acabou atingida. Para ficar com o título de 2020 do Piauiense de ciclismo, ela deveria chegar até em terceiro. Ao cruzar a linha de chegada arrastando a bike sem uma das rodas, Karine foi aplaudida.

– Infelizmente, aconteceu. Não culpo ninguém. Desistir de completar a prova jamais. Desistir nunca é uma opção. Eu não lembro muito da queda porque bati a cabeça também, não sabia que tinha batido a cabeça. Já caí e levantei. A gente que é atleta é meio maluco, sabe? – contou.

– Estava sentindo uma dor na coxa. Fiquei olhando o tempo todo para trás para saber se o outro pelotão estava vindo, mas a diferença era tão grande que deu tudo certo. Precisava chegar, não podia desistir – completou Karine.

Por conta da clavícula quebrada, Karine passou por um procedimento cirúrgico, com sucesso, e se recupera em casa. Não há tempo para retorno dela ao ciclismo, porém há o plano de participar da Brasil Ride, maiores ultramaratonas de mountain bike do mundo, em 2021.

– Ser campeã depois de um negócio desse é indescritível. Esse ano foi conturbado, teve a pandemia, passei cinco meses treinando indoor [receio de treinar na rua], mesmo assim você não consegue ficar competitivo. Fiquei apavorada com a pandemia, minha mãe é do grupo de risco, moro com ela, não queria arriscar. Vamos correr atrás de ficar boa, ficando boa correr atrás de melhorar a performance. Fico feliz por estar viva para voltar de novo A minha meta é romper fronteiras. Quero levar o nome do Piauí além – concluiu.

Por Josiel Martins — Teresina

Fonte:globoesporte.com

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