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Brasil tem ano de crescimento: venda de bicicletas registra aumento de mais de 50% no ano de 2020 em comparação a 2019

Mercado de Bike

Foto divulgação/internet

Bicicletas urbanas e mountain bikes de entrada foram os modelos mais vendidos; levantamento da Aliança Bike ouviu centenas de lojistas, fabricantes e montadores de todo país

O ano de 2020 confirmou a onda de crescimento do mercado de bicicletas no Brasil, registrando média de 50% de aumento nas vendas das bikes em comparação a 2019. É o que consta no balanço do levantamento realizado pela Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas), que ouviu centenas de lojistas, fabricantes e montadores de todo o país ao longo do ano passado e em janeiro de 2021.

De acordo com esse mesmo levantamento, o pico das vendas ocorreu no mês de julho, em que houve um aumento de mais de 118% nas vendas de bicicletas, em comparação ao mesmo período de 2019. Entre os modelos mais vendidos, as bicicletas de entrada – tanto urbanas, quanto mountain bikes aro 29” -, com valores que variaram entre R$ 800 e R$ 2 mil.

“Foi um ano que, apesar de muito positivo para o mercado brasileiro de bicicletas, foi repleto de desafios. Acreditamos que a demanda vai continuar boa para 2021, as pessoas vão continuar buscando a bicicleta, seja pra lazer ou pra transporte, seguindo, inclusive, recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS)”, afirma o presidente da Aliança Bike, Giancarlo Clini.

A partir do monitoramento realizado com centenas de empresas foi possível constatar também que as vendas só não foram maiores por conta da falta de componentes e insumos para a linha de montagem das bicicletas. Este fator impacta diretamente na oferta de modelos aos consumidores. Fruto também da alta demanda e boom de vendas, não só no Brasil, mas no mundo inteiro, após o início da pandemia em 2020.

Com esse cenário, para não perder potenciais vendas após o esgotamento do estoque, muitos lojistas criaram listas de espera para clientes, assim como também passaram a recuperar e vendar bicicletas usadas, o que contribui com a economia circular.

Para lojistas de todo o Brasil, as vendas nos 12 meses do ano passado foram até surpreendentes. É o caso de Wala Costa, proprietário da Rondobikes, em Porto Velho-RO, fundada em 2008.

“Nesses 12 anos de loja, sem dúvida 2020 foi o melhor ano. No início ficamos muito preocupados, por conta da pandemia e por não saber como seria, mas a demanda pelo produto bicicleta e seus acessórios cresceu bastante. Particularmente falando, nossas vendas mais do que dobraram se compararmos com nossa melhor fase. Uma das dificuldades tem sido a falta de produtos, mas ainda assim o ano foi excelente pro mercado”, comenta ele.

O que se espera de 2021 para o mercado de bicicletas

Com relação às expectativas e perspectivas para o ano de 2021, a maior parte do setor de bicicletas está otimista com a manutenção da alta demanda por bicicletas. Porém, o valor do frete marítimo, que quintuplicou durante a pandemia, a alta do dólar e os atrasos na importação de insumos serão os grandes desafios para o mercado ao longo de todo o ano.

“Tivemos um grande boom de maio até agosto e depois, por conta da questão de desabastecimento, as vendas ficaram aquém do que poderiam. Ainda assim, nossa expectativa é que com o tempo as empresas consigam se organizar para suprir melhor o mercado e a vontade que as pessoas estão de pedalar. Portanto, acredito que em 2021 vai haver um crescimento, mas provavelmente não tão alto como poderia ser justamente por esta questão da falta de produtos”, projeta o presidente da Aliança Bike.

A alta do mercado de bicicletas em 2020 foi um fenômeno não só brasileiro, mas mundial. Coincidiu com os primeiros meses de pandemia, quando a OMS estimulou que as pessoas pedalassem – especialmente por ter um baixo risco de contaminação e ser uma atividade que pode ser praticada sem companhia.

Quanto à alta procura e atrasos na entrega, importadores, fabricantes e distribuidores estão buscando alternativas para lidar com os desafios ocasionados pela alta comercialização. A expectativa da Aliança Bike é que até o segundo semestre a situação se normalize no país.

Carlos Ghiraldelli

@revista.bikeevida

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